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CEO da Alfa Romeo: «Quadrifoglio pode ser tanto elétrico quanto a combustão»

O CEO Santo Ficili falou sobre o futuro da Alfa Romeo

CEO da Alfa Romeo: «Quadrifoglio pode ser tanto elétrico quanto a combustão»

Santo Ficili, que lidera a Alfa Romeo, destacou mudanças na estratégia da marca que refletem as novas realidades da indústria automotiva. Anteriormente, o planejamento era que a nova geração dos modelos Giulia e Stelvio seria exclusivamente elétrica. No entanto, diante da incerteza gerada por barreiras comerciais e um ritmo mais lento na transição para veículos elétricos, a empresa recua — ou melhor, avança rumo à flexibilidade.

«Haverá híbridos plug-in (PHEV), híbridos (HEV) e veículos elétricos (BEV)», — diz Ficili, ressaltando que o futuro da Alfa Romeo não será estritamente elétrico. Essa posição aberta é especialmente importante para os admiradores do Quadrifoglio — versão que se tornou um símbolo do espírito da marca. «Meu sonho é manter o Quadrifoglio. Não podemos esquecer isso. O Quadrifoglio pode ser elétrico, por que não? Mas ele também pode continuar com motor a combustão». A frase soa como um manifesto: emocional, corajoso e profundamente italiano. Viva o V6 — pelo menos por enquanto.

A transformação elétrica da marca começará mesmo — já no final do ano surgirá o novo Stelvio e, em 2026, o Giulia. Começarão com as versões básicas e depois integrarão o Quadrifoglio. Esses modelos adotarão uma arquitetura de 800 volts — como o Porsche Taycan e o Maserati GranTurismo Folgore — o que garantirá carregamento rápido e aumentará a autonomia. Estão previstas configurações com tração traseira e nas quatro rodas.

Curiosamente, no último momento, os engenheiros estão reconsiderando o design da parte dianteira dos futuros carros, para garantir um resfriamento eficiente dos motores a combustão. Isso indica que a Alfa não está fechando a porta para os motores a combustão. «O design deve se alinhar com outros modelos que planejamos lançar», — esclarece Ficili.

O que diferencia a Alfa Romeo dentro do grande grupo Stellantis?

A resposta é simples e quase poética: «A marca Alfa Romeo é a Itália, é a cor vermelha (rosso em italiano) e é o esporte. Itália. Vermelho. Esporte. Precisamos encontrar o equilíbrio certo entre esses três elementos. Quero que o produto seja criado exclusivamente no espírito da Alfa Romeo». Esta visão nos traz de volta às origens da marca, e a implementação começa com o design.

«Quando você olha para o carro, deve saber imediatamente que é um Alfa. E o motorista deve sentir total controle. Por isso, não consigo imaginar toneladas de elementos distrativos ao redor», — diz ele.

A ênfase não é apenas na imagem visual, mas também na dirigibilidade. «Precisamos do equilíbrio certo entre suspensão, direção, amortecimento, escape e motores para alcançar a dirigibilidade perfeita». Essa abordagem lembra a filosofia da marca na época dos modelos 75 e 156, quando o prazer de dirigir era a prioridade.

Mas uma coisa permanece inalterada: as vendas mantêm-se no mesmo nível

A Alfa Romeo apostou nos crossovers Tonale e Junior, que deveriam atrair um público mais amplo. No entanto, apesar da tendência geral do mercado em direção aos SUVs, os resultados ainda não impressionam. As vendas na Europa em 2024 foram de pouco mais de 50 mil carros — praticamente o mesmo nível de 2018, quando MiTo e Giulietta estavam efetivamente saindo de cena.

«Precisamos manter os clientes apaixonados pela Alfa — e são muitos, graças ao legado, às corridas, à fama e aos carros que criamos no passado», — responde Ficili à pergunta sobre por que as vendas não crescem. A questão permanece em aberto: se há de fato esses clientes, por que eles não compram os carros da marca?

Ele tem uma resposta parcial: Junior, na opinião dele, será uma ponte entre os jovens compradores e os fãs de longa data da marca. Ele ressalta que o modelo demonstra bons resultados iniciais. Já o Tonale, que começou com confiança, perdeu ritmo e no final do ano passará por um facelift significativo.

O atualizado Tonale, junto com o novo Giulia e Stelvio, deve trazer nova vida à linha de modelos, que, na opinião de muitos, já precisava de renovação. No entanto, como destaca Ficili, a Alfa não pretende se tornar uma marca de massa. «Nós não somos a BMW». A comparação é dura, mas justa: em 2024, a BMW vendeu mais de dois milhões de carros, enquanto a Alfa — vinte vezes menos. Mas os objetivos da marca são diferentes. A Alfa é uma jogadora de nicho dentro do grupo Stellantis, e sua missão é criar carros únicos, sem se diluir na linha geral.

Manter o interesse pela marca também deve ser feito com modelos especiais. Após o término da produção do cupê 33 Stradale, fabricado em edição limitada, outros projetos exclusivos estão planejados.

«Se conseguirmos encontrar sinergia com a Maserati, certamente podemos criar esses carros. Já tivemos 8C, 6C, 4C. É fácil. Por quê? Porque posso olhar para o passado da Alfa Romeo», — diz ele.

No entanto, o preço do 33 Stradale — cerca de £1,7 milhão — o torna inacessível para a maioria. Portanto, o futuro da Alfa deve incluir não apenas carros emblemáticos, mas também modelos acessíveis, mas característicos. Ficili promete que o design do 33 Stradale influenciará a aparência dos novos carros.

«Podemos usar elementos desse design nos novos modelos», — acrescenta ele.

No passado, a Alfa Romeo produziu muitos modelos emocionantes e relativamente acessíveis — de cupês a roadsters. Dos anos 1950 aos 2000, esses eram carros como Spider, GTV, Brera. Atualmente, esses segmentos estão fora de foco.

«Há possibilidade de trabalhar com segmentos compactos: cupês, conversíveis. Mas agora não é uma prioridade, porque precisamos de modelos que garantam volumes e apoiem a marca».

O mercado é muito instável para se permitir o luxo de arriscar tudo. Segundo Ficili, os próximos dois anos serão decisivos. E depois — veremos o que acontece.

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